segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A hora de ter ações para tempos difíceis

Bom dia,

Segue um reportagem com uma retrospectiva rápida sobre papéis que foram "equilibrados" e outros que não foram nada bons.


Contam-se nos dedos as ações que tiveram forças para subir num dos piores anos da história da bolsa. No ano, até sexta-feira, dos 66 papéis que fazem parte do Índice Bovespa, apenas 10 acumulavam alta. Tirando raras exceções de papéis que subiram bem e por motivos específicos, como as ações ordinárias (ON, com direito a voto) do banco Nossa Caixa, com alta de 199,75%, e as ON da Brasil Telecom Participações, subindo 28,82%, o restante desse grupo de 10 ações conseguiu no máximo fugir do campo negativo, o que já foi muito considerando o cenário de caos deste ano. A três dias do fim do ano, analistas e investidores começam a escolher quais as melhores ações para 2009, que também não será lá essas coisas.
Considerando que a economia irá desacelerar mais do que já está, as melhores oportunidades devem ser empresas dos setores de serviços essenciais, que sofrem menos com a queda do Produto Interno Bruto (PIB), ou de companhias com uma situação financeira o mais confortável possível recomenda o sócio da Fides Asset Management, Roque Sut Ribeiro. "Os investidores colocaram todas as ações no mesmo saco e privilegiaram apenas as mais líquidas, agora, passado o pior momento da crise, é hora de escolher as ações que menos devem perder, independentemente do seu nível de liquidez", diz Ribeiro. Um estudo feito por um banco estrangeiro revela que o nível de correlação entre todas as empresas da bolsa é o maior desde o Plano Real, em 1994.
Os setores de serviços, como saúde, educação, telefonia, energia e alimentos, devem sofrer menos que os setores industriais, como os de bens duráveis e semi-duráveis. A explicação disso está no comportamento das pessoas em momentos de economia mais magra. Elas deixam de comprar um carro ou adiam o plano de trocar de TV, em compensação não deixam de comer, de usar energia elétrica, telefone e fazem de tudo para não ter de cortar a assistência médica e os estudos. "As pessoas no máximo reduzem o consumo desse tipo de produto ou serviço", diz Ribeiro.

Ele lembra que em alguns casos, como saúde e educação, há também uma grande demanda reprimida, o que contribui para a continuidade do crescimento desses setores. "À medida que as pessoas migram da classe D para a C, elas passam a consumir produtos que antes não estavam ao seu alcance."
Agora, dentro dos setores, os investidores devem dar prioridade às empresas que possuem caixa líquido (o caixa é superior à dívida total), boa gestão, que dependem pouco de crédito para vender, que possuem pouca dívida, com prazos os mais longos possíveis e com juros baixos. "A situação financeira será algo decisivo em 2009, já que com a crise e a desaceleração econômica as companhias terão cada vez mais dificuldade em captar recursos, mesmo via dívida", afirma o sócio da Fides.
Considerando todos esses aspectos, Ribeiro recomenda as ações da Medial, no setor de saúde, da Estácio, em educação, e da Contax, de call center. Além dos papéis da Log-In, de logística e infra-estrutura, da Equatorial Energia e da Minerva, no segmento de frigoríficos.

Fonte: Jornal Valor Econômico
"A hora de ter ações para tempos bicudos"

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