quinta-feira, 2 de abril de 2009

EUA melhoram, o mercado agradece

Cansado de olhar o lado negativo do cenário externo - crise, debilidade dos bancos americanos e as montadoras à beira de um colapso -, os investidores resolveram dar um pouco mais de atenção aos indicadores da economia americana que, mesmo à conta-gotas, revelam uma certa recuperação. Ontem foi um desses dias. O indicador que mede a atividade manufatureira dos EUA subiu de 35,8 em fevereiro para 36,3 no mês passado, sendo que o consenso do mercado era de um aumento para 36. Apesar da melhora, vale lembrar que qualquer número abaixo de 50 significa retração da atividade. Já as vendas pendentes de casas subiu 2,1% em fevereiro, passando de 80,4 em janeiro para 82,1 no mês seguinte. Além disso, os gastos com construção caíram 0,9% em fevereiro, menor do que a queda de 1,5% que os analistas projetavam.
Esses números um pouco melhores foram suficientes para dar um tom mais otimista ao mercado. O Índice Bovespa, que começou o dia bem jururu, caindo quase 1,5%, começou a subir assim que os indicadores foram sendo divulgados, fechando em alta de 2,57%, aos 41.976 pontos. Dentro desse recente movimento de recuperação da bolsa, a volta dos investidores estrangeiros merece destaque.

Para se ter ideia, só em março, até o dia 27, o saldo líquido (diferença entre compras e vendas) de estrangeiros estava positivo em R$ 2,1 bilhões. Esse é o melhor fluxo desde abril do ano passado, quando as compras superaram as vendas em R$ 6 bilhões. Não é coincidência que foi exatamente em abril que o Brasil foi promovido pela primeira agência de classificação de risco ao seleto grupo de países considerados grau de investimento. No ano, o saldo acumulado já é positivo em R$ 2 bilhões. A volta do investidor estrangeiro é sempre positiva, mas a atual é melhor ainda já que boa parte dela é formada por aplicadores de mais longo prazo, como os fundos de ações.

Efeito Tostines
A crise financeira traz as mais diversas consequências ao mercado. Uma delas é a concentração de uma bolsa, no caso a Bovespa, já altamente concentrada em meia dúzia de papéis. Quanto maior a aversão ao risco dos investidores, mais eles preferem as ações mais líquidas que conseguem vender com facilidade, ao menor sinal de deterioração do quadro. É praticamente um "efeito Tostines": as ações são procuradas porque têm liquidez e elas têm liquidez porque são procuradas. A primeira prévia da próxima carteira teórica do Ibovespa, que irá valer entre maio até o fim de agosto, mostra essa predileção. O peso das ações preferenciais (PN, sem voto) tanto da Petrobras quanto da Vale, as duas vedetes da bolsa, aumentaram seus pesos dentro do índice. A participação da Petrobras subiu de 16,7% para 17% e a da Vale, de 11,9% para 12,2%. Juntas, as ações PN e as ordinárias (ON, com voto) das duas empresas representam 40% do índice, uma concentração e tanto. Ontem, as ON da Redecard caíram 8,5%. O mercado reagiu mal à notícia de que um estudo feito pelo Banco Central revela abuso de poder por parte das administradoras de cartões de crédito.

Fonte: Valor Econômico

Seja o primeiro a comentar

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina

  ©Template Blogger Green by Dicas Blogger.

TOPO