Olá pessoal,
Recebi esta matéria indicada por um amigo. Será ótima pra nossa seção "saiba mais".
Vamos falar dos códigos e númeração de cada ação para que você possa entender.
Para agilizar e facilitar as negociações no mercado acionário, as Bolsas de Valores, como a Bovespa, atribuem códigos aos ativos negociados. No caso da bolsa brasileira, os ativos negociados apresentam um sufixo de quatro letras, que se refere ao nome da empresa (por exemplo, PETR para Petrobras), seguidos por um ou dois algarismos.
Uma vez identificada a empresa através das quatro letras, o algarismo posterior à sigla da empresa serve para designar o tipo de ativo que está sendo negociado. Os tipos mais conhecidos de ativos são as ações ordinárias, com direito a voto, as ações preferenciais e as units, que representam, em geral, uma cesta de dois ou mais ativos.
Combinação de letras e números
De maneira geral, uma ação preferencial é representada por um número 4 (ex: ITAU4) e um papel ordinário vem com o algarismo 3 (ex: BOVH3). Mas nem só de "3s" e "4s" vivem as ações. É comum o código de algum ativo conter numeração de 1 a 13 após as quatro letras; e acredite: cada um destes algarismos traz consigo informações de extrema importância a respeito do título em questão.
Os ativos com quatro letras (correspondentes à companhia) aliadas a apenas um número deste intervalo (1 a 13) são negociados no mercado à vista de lote padrão. Já a introdução de outras letras, como "F" ou "T" no final do código (ex: VALE5F), como veremos em mais detalhe adiante, remete, respectivamente, ao mercado fracionário e ao mercado a termo. Os mercados futuros e de derivativos também apresentam suas particularidades.
Códigos à vista
O prefixo referente à empresa que emitiu tal ação, como dito acima, é composto por quatro letras, e vale lembrar que todos os ativos da mesma empresa terão sempre o mesmo prefixo, sejam eles negociados no mercado à vista, futuro ou de derivativos.
O que muda de ativo para ativo da mesma empresa negociado no mercado à vista é a numeração, que pode variar de 1 a 13. Confira abaixo o que cada um destes números representa:
1- algum direito relacionado a uma ação ordinária, podendo ser o direito de subscrição da ação, com preço e prazo pré-determinados. (ex: VALE1)
2- algum direito relacionado a uma ação preferencial. Remete ao caso anterior, mas relaciona um direito, por exemplo de subscrição, relacionado a um ativo preferencial. (ex: PETR2)
3- ações ordinárias, padrão.
Designam um ativo negociado via lote padrão que dá ao acionista direito a voto nas assembléias deliberativas da empresa. (Ex: CSNA3)
4- ações preferenciais, padrão.
Designam um ativo com preferência na distribuição de resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia, mas que não concedem o direito de voto nas assembléias da empresa. (Ex: GGBR4)
5, 6, 7 e 8- ações preferenciais, mas com classes especiais de classificação.
São chamadas de preferenciais classe A, B, C e D respectivamente. Cada caso apresenta uma particularidade, de acordo com o grau de classificação. A classe representa alguma diferença em relação à ação preferencial, em geral, referente à distribuição dos proventos. (ex: USIM5 - ação PNA da Usiminas)
9- Relaciona um comprovante de direitos sobre alguma ação ordinária. É um recibo que comprova direito de subscrição, por exemplo. (ex:ITSA9)
10- Relaciona um comprovante de direitos sobre alguma ação preferencial. É um recibo que comprova direito de subscrição, como no caso anterior, mas remete a um papel preferencial. (ex:BBDC10)
11- Na maioria das vezes, os ativos com numeração "11" não representam uma ação propriamente dita, mas uma Unit ou BDR (Brazilian Depositary Receipt). A Unit diz respeito a um certificado de depósito de ações, que relaciona uma combinação de direitos que pode envolver um papel ordinário e um preferencial, por exemplo. Cada caso é um caso. (ex: UBBR11 - unit do Unibanco; uma ação preferencial e uma ordinária)
Já o BDR, que também vem acompanhado da numeração "11", representa também um certificado de depósito de ação, mas são títulos emitidos por algum banco depositário brasileiro para representar as ações de algum emissor estrangeiro (ex: TEFC11, para os BDRs da espanhola Telefônica).
Alguns outros ativos também apresentam a numeração "11" após o prefixo. Casos como cotas de fundos de desenvolvimento ou imobiliários listados em bolsa, ou ações preferenciais de classe E.
12, 13- bônus de subscrição de outras classes. É o caso dos títulos do Banco Brasil (BBAS13), que relacionam um bônus de subscrição de classe C.
Vale lembrar que do algarismo "11" para cima, as normas de classificação atualmente mostram-se muito abertas, sem padronização efetiva. Porém, com a necessidade de transparência e busca pelo desenvolvimento do conceito de governança corporativa, a tendência é de unificação nas classificações dos ativos, o que tende a facilitar a vida do investidor.
Mercado Fracionário e a Termo
Outro caso que apresenta códigos de ativos diferentes é dos mercados a termo e fracionário. O segundo caso remete à negociação de um ativo em quantidade inferior a um lote padrão, que geralmente relaciona 100 ações. Um papel negociado no mercado fracionário acompanha a letra "F" depois de seu código habitual. (ex: VALE5F)
Já o mercado a termo remete a uma negociação realizada em uma bolsa de valores ou de mercadorias com vencimento acertado entre as partes para um mínimo de cinco dias depois. Em geral os vencimentos são de 30, 60, 90 ou 180 dias.
O mercado a termo inclui geralmente a letra "T" após o código do ativo em questão (ex: BBAS3T), mas também relaciona casos de negociação a termo em dólar (que leva a letra "D" - ex: PETR4D) ou negociação a termo flexível (que acompanha "S", ex: AMBV4S).
Opções
Assim como os mercados a termo e fracionário apresentam codificação própria, o mercado de derivativos também mostra suas características na denominação dos ativos. Em opções, o código remete ao tipo e ao mês de vencimento da opção de compra ou venda.
Além da letra referente ao mês de vencimento da opção de compra ou venda, o ativo negociado no mercado de opções ainda vem com dois números na seqüência (ex: PETRH55). Os dois números, de maneira geral, fazem uma menção ao preço de exercício da opção (55 no exemplo acima corresponde a um preço de exercício de R$ 55).
POP, mercado futuro e Bovespa Mais
Como o mercado de opções, o mercado futuro também apresenta sua marca na codificação dos ativos. Para designar um papel negociado no mercado futuro, a letra "X" entra na composição do código, que segue os termos do mercado de opções na questão do mês. (ex: VALEL5X - ativo preferencial classe A da Vale, opção de compra com vencimento em dezembro, mercado futuro).
Há também o Bovespa Mais, com codificação semelhante do mercado a termo: prefixo da empresa, número e a letra "M" no final. O Bovespa Mais é um novo segmento de listagem organizado para empresas que pretendem ingressar no mercado de capitais de forma gradativa, utilizando-o como fonte de recursos para seu crescimento. (ex: NUTR3M)
Já o POP, produto lançado em 2007 pela Bovespa, proporciona uma determinada proteção ao capital investido em troca de uma participação nos eventuais ganhos do investimento na ação, também apresenta codificação própria.
Geralmente, o prefixo da empresa emissora do ativo vem acompanhado de dois números, mas que não indicam relação alguma. Consultar a Bovespa ou a corretora se faz necessário para averiguação de cada caso.
Esta matéria é original e elaborada por Roberto Altenhofen Pires Pereira - InfoMoney.