quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

IPO IMC (Frango Assado) - Reservas terminam hoje (16/12/2009)

A colocação das ações da International Meal Company (IMC), já conhecida no mercado como Frango Assado, será um termômetro para o mercado brasileiro. O fechamento do preço da oferta, que deve ser a última deste ano, foi marcado para o dia 17 de dezembro. Assim, as ações devem estrear na Bovespa já na semana do Natal, no dia 21.

A empresa pretende captar até R$ 1,3 bilhão na oferta que lançou ao mercado, considerando a colocação dos lotes extras e o teto do intervalo de preço por ação, que varia de R$ 14 a R$ 17. Nesse caso, a fatia do capital que ficará em circulação no mercado será de 72,9%.

A faixa de preços sugerida para os papéis indica que a companhia foi avaliada entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,8 bilhão.

O negócio é novo e, portanto, tem pouco histórico. Além disso, não registrou lucro até o momento. No começo deste ano, antes do apetite por Brasil se consolidar, os banqueiros de investimentos repetiam o mantra da seletividade. O investidor queria abertura de capital apenas de empresas grandes, com histórico conhecido e que já tivessem algum resultado a oferecer ao investidor.

Outro desafio da empresa será vender um negócio sem comparação aos investidores, já que esse setor não possui par no Brasil.

Sem os lotes suplementar de 15% e adicional de 20%, a oferta deve movimentar R$ 885,7 milhões se for levado em conta o preço médio proposto. Por esse cenário, o percentual do capital da companhia em circulação no mercado ficaria em 59,6%.

Desse total da oferta inicial, R$ 775 milhões serão em oferta primária, com a venda de 50 milhões de papéis, e R$ 110,7 milhões para o atual controlador FIB Brasil, que tem como principal cotista o fundo de participações da gestora de recursos Advent, e que pretende alienar pelo menos 7,14 milhões de ações. Na oferta suplementar o fundo pode vender mais 8,57 milhões de papéis. Na adicional, outros 1,42 milhões de ações.

Do total de recursos arrecadados na oferta primária, 50% serão alocados para abertura de novas restaurantes e 35% para aquisições. Os 15% restantes terão como destino pagamento de dívidas.

Constituída em 2006, a empresa do fundo de participações Advent se autodenomina a maior cadeia de varejo alimentar do Brasil, em número de lojas, e que também possui operações em Porto Rico, México e República Dominicana, com um total de 195 lojas. No Brasil, entre as cadeias de sua carteira estão Viena, Frango Assado, RA Catering e Brunella.

Apesar de reunir cadeias tradicionais, com décadas de existência, o modelo da IMC é novo. Desde sua criação, em 2006, a empresa ainda não registrou lucro, embora traga crescimento de receita puxado pela estratégia de compras.

Nos primeiros nove meses do ano, a IMC teve receita líquida de R$ 507 milhões, com alta de 65,6%. A linha final do balanço, contudo, apresentou prejuízo de R$ 19,8 milhões. Pesam na companhia as despesas financeiras elevadas, fruto do endividamento. De janeiro a setembro, essa conta era negativa em R$ 38,2 milhões, 65% mais que no mesmo período de 2008.

A IMC fechou setembro com dívida de R$ 460 milhões e caixa de R$ 37 milhões. Dessa forma, ainda que apenas 15% da captação primária seja destinado para abatimento de dívidas, a operação é importante para melhorar os indicadores financeiros da empresa.

Do total da dívida, R$ 194 milhões são com o Itaú, que é o coordenador líder da oferta de ações, e outros R$ 138 milhões com o Bradesco, que também atua como distribuidor. As dívidas são principalmente de longo prazo. Participam do comando da operação também o Credit Suisse e o Santander.

Antes de IMC, também surpreendeu a colocação da Direcional Engenharia, a menor já realizada neste ano. A companhia captou R$ 250 milhões. E os sócios ficaram com parcela significativa da oferta, levando ao Novo Mercado uma empresa de pequeno porte e com liquidez reduzida, já que apenas 15% do capital está, de fato, livre para negociação em bolsa.

Antes do fechamento de 2009, além de IMC, também a rede laboratórios Fleury terá ações na bolsa. O grupo pretende captar até R$ 669 milhões. O intervalo proposto para os papéis do laboratório vai de R$ 15 a R$ 17. Com base nesse intervalo de preço, a empresa deve ter valor de mercado entre R$ 1,89 bilhão e R$ 2,23 bilhões, enquanto a concorrente Diagnósticos da América (Dasa) está avaliada na bolsa em R$ 3,1 bilhões.

O período para reservar ações da companhia será de 7 a 14 de dezembro. A fixação do preço deve ocorrer no dia 15 e a estreia do papel no Novo Mercado da Bovespa no dia 17.

Fonte: ValorOnline

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