Banco do Brasil - Lucro recorde
O lucro líquido do Banco do Brasil cresceu 74% no ano passado e atingiu R$ 8,8 bilhões. É o maior ganho anual de um banco já registrado na história do País. Considerando apenas o quarto trimestre, o lucro foi de R$ 2,9 bilhões, 142% superior ao do mesmo período de 2007. A carteira de crédito, que avançou 11%, para R$ 237,2 bilhões, foi um dos fatores determinantes para o resultado.
Houve, também, efeitos extraordinários, como um ganho atuarial (ou seja, relacionado ao fundo de pensão do banco) de R$ 5,3 bilhões. Excluídos esses efeitos, o lucro chamado recorrente atingiu R$ 6,7 bilhões, 13,6% maior que os R$ 5,9 bilhões de 2007.
O analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu, considerou positivo o balanço do BB. "Mostra que, em um momento de crise, o banco conseguiu se sair bem", disse. As ações ordinárias do Banco do Brasil subiram 2,14% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), enquanto o principal termômetro do mercado brasileiro (Ibovespa) subiu 0,14%.
Para este ano, o banco estatal aposta em um crescimento da carteira de crédito entre 13% e 17%, menos da metade dos 40,2% do ano passado. A maior expansão deverá ocorrer nas operações para pessoas físicas, entre 23% e 25%. Para as empresas, a instituição acredita que o total de empréstimos terá evolução entre 16% e 19%.
A maior concentração de crédito ocorreu nas operações de empréstimos consignados (com desconto na folha de pagamento). Foram R$ 17,6 bilhões, o que significa um crescimento de 48,4% no ano. A compra de carteiras de outras instituições financeiras respondeu por R$ 3,110 bilhões do total dessa modalidade. A carteira de veículos chegou a R$ 6,9 bilhões, com expansão de 52,4% no ano.
A provisão para perdas com operações de crédito chegou a R$ 13,6 bilhões no fim de dezembro, um crescimento de 32,6% no ano. O índice de atrasos acima de 90 dias entre outubro e dezembro ficou em 2,4%, pouco acima dos 2,2% do terceiro trimestre e abaixo dos 2,7% do fim de 2007. A média do sistema financeiro nacional é de 3%, segundo o banco estatal.
Para Santacreu, um dos maiores desafios para o BB em 2009 está justamente no crédito. "O governo não pode querer que o BB dê crédito para o País inteiro e, com isso, acabe criando um problema de inadimplência no banco em um momento de incerteza na economia."
CRÉDITO IMOBILIÁRIO
O BB vai esperar o anúncio do pacote de habitação pelo governo para definir sua estratégia em relação ao financiamento de imóveis para a população de baixa renda.
"Vamos esperar o teor do plano e os incentivos dados. Só depois vamos entrar nessa operação", disse o presidente da instituição, Antonio Lima Neto. O BB começou a operar crédito imobiliário no segundo semestre de 2008. Hoje, a carteira é de R$ 100 milhões.
Fonte: O Estado de São Paulo
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