segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dividendos de ouro

Dois mil e nove promete ser outro ano de estrelato para as ações de companhias reconhecidas como boas pagadoras de dividendos. Com a crise financeira mostrando os seus reflexos mais perversos na atividade global, a percepção é de que o percentual de renda fixa garantido pela distribuição de proventos manterá o seu apelo defensivo nesses tempos difíceis. E, como há uma procura natural por proteção, os papéis com tal característica podem, de quebra, proporcionar ganhos de capital. Para completar, a queda da Selic, esperada para esta semana, torna essa fatia de remuneração distribuída periodicamente aos acionistas ainda mais atraente.
Nas indicações da Carteira Valor de Dividendos para o primeiro trimestre, as chamadas "utilities", representadas pelas concessionárias de serviços públicos, são maioria. As preferenciais (PN, sem voto) da AES Tietê estão no topo, com 7 votos, seguidas por Telesp PN (6), e as ordinárias (ON, com voto) da CPFL Energia (4). No portfólio "top 5" também entraram Souza Cruz ON e Redecard ON, com 3 menções cada.
A queda generalizadas das ações na Bovespa do segundo semestre de 2008 para cá tornou papéis que não costumavam proporcionar retornos atraentes com dividendos (o "dividend yield") em opções interessantes. Só que na seleção da Fator Corretora predominou não só a rentabilidade mais generosa, mas também ações que não costumam ter grandes oscilações na bolsa, o que tornaria o "yield" igualmente volátil, explica a estrategista da casa, Lika Takahashi. "Assim, se preserva a característica de renda fixa do dividendo", diz. "Mas há 'yields' altos em ações que caíram bastante, que têm resultados previsíveis e boas políticas de distribuição de lucros." É o caso de Contax ON, que tem um retorno em dividendos estimado em 9% para este ano ou mesmo Redecard, com 7%, exemplifica.

Na lista da Fator, o maior "dividend yield" projetado é de 12% para Telesp PN, seguido por Souza Cruz, com 11%. "E mais interessante serão esses retornos à medida que os juros caiam", completa Lika. A casa projeta uma redução de 2 pontos percentuais para a Selic ao longo de 2009, o que resultaria numa taxa de 11,75% ao ano em dezembro. Como não há retenção de imposto de renda no dividendo, o investidor tem chances de obter retornos mais atraentes que o CDI.
Nas listas das corretoras participantes também aparecem papéis que estavam fora do radar no quesito dividendos. Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) ON é um desses exemplos, que passou a integrar as recomendações da Link Investimentos. Conforme justifica o analista Andres Kikushi há um efeito-calendário na escolha. Cerca de R$ 3 bilhões foram pagos à siderúrgica brasileira pela venda de 40% dos ativos da Namisa. Em meio à crise financeira mundial, a avaliação é de que os planos de internacionalização da CSN podem ser adiados e uma alternativa seria aumentar a fatia de distribuição de resultados neste trimestre. Pelas simulações da casa, se a CSN usar 45% do dinheiro da Namisa, o retorno em dividendos salta de 5% para 10,41%.
As outras recomendações da Link privilegiaram empresas com previsibilidade de fluxo de caixa, baixo endividamento e sem necessidades de investimentos expressivos. É o papel que promete ser cumprido por AES Tietê, que costuma distribuir 100% dos resultados, além de CPFL Energia, Transmissão Paulista e Telesp.

Fonte: Jornal Valor Econômico

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