quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Obama reacende esperança

Mais de uma semana após sua posse, o novo presidente dos EUA, Barack Obama, continua mostrando que não foram em vão as esperanças que pessoas do mundo inteiro depositaram em seu mandato. Ontem, a expectativa de que um novo pacote de resgate ao sistema bancário esteja prestes a sair do forno animou muito os mercados. O Índice Bovespa chegou a subir mais de 4% e fechou em alta de 3,95%, aos 40.227 pontos. É a primeira vez desde o dia 9 que o índice fecha acima dos 40 mil pontos.
Mesmo ainda sendo muito cedo para cantar vitória, a sensação que se tem é de que o mercado caminha vagarosamente para uma recuperação. O pano de fundo é a idéia de que o novo governo americano está com todo gás possível para debelar a profunda crise em que o mundo se encontra. Os primeiros sinais também são de que as medidas da nova equipe parecem bem mais coerentes do que as do governo de George Bush. "Os ativos já colocaram nos preços a desaceleração global; a partir de agora, há muito mais chances de refletirem toda a 'mão na massa' que o presidente Obama está mostrando", diz o economista-chefe da corretora Ágora, Álvaro Bandeira.
Ele faz a ressalva, no entanto, de que esta ainda não é uma flagrante tendência de alta, já que a economia continua bastante fragilizada. "O mais provável é que a bolsa fique estagnada, com um leve tom de recuperação." Dessa forma, os preços irão aos poucos galgando níveis mais altos, mas sem nenhuma mudança drástica, até porque não há clima para isso.
"O mercado está dando sinais de que pode estar voltando para um cenário de mais racionalidade, em que há uma separação entre as ações boas e as más", diz o sócio da Leblon Equities Pedro Rudge. Desde que a crise se agravou, em meados do segundo semestre de 2008, todos os ativos foram postos num mesmo saco, não importando seus fundamentos específicos.

Uma nova explicação para a Petrobras
As ações da Petrobras continuam firmes, à despeito de todos os comentários negativos sobre seu enorme plano de investimentos para os próximos anos. Ontem, as ordinárias (ON, com voto) subiram 7,40%. Em meio a tantas dúvidas, surge nova explicação para o fato de as ações não caírem. O plano de investimento ambicioso seria uma forma de o governo, por meio da companhia, sinalizar neste momento delicado que confia na rápida recuperação da economia. Após cumprir a missão de acalmar o psicológico dos investidores, a direção da companhia teria plena autonomia para colocar em prática apenas o que julga importante dentro do megaplano. "O mercado entendeu a estratégia e se acalmou", diz um analista.
As ações de construtoras lideraram as altas de ontem do Ibovespa. As ON da Gafisa subiram 13,51% e as ON da Cyrela, 10,78%. O banco Goldman Sachs divulgou relatório com perspectivas otimistas para o setor no Brasil.

Fonte: Jornal Valor Econômico

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