As cinco ações que resistiram à crise
Das 66 ações que compõem o Índice Bovespa, 61 sofreram desvalorização no período de 20 de maio, data em que o Ibovespa atingiu seu pico máximo, de 73.516 pontos, até 14 de agosto, quando o indicador já havia desvalorizado 25%. Nesse período, apenas cinco empresas conseguiram se valorizar.
São elas: Nossa Caixa (51,56%), Transmissão Paulista (12,39%), Eletrobrás (6,03%), Telesp (3,66%) e Cosan (3,66%). Na outra extremidade, amargando as maiores perdas da Bolsa no mesmo período, estavam a Bradespar PN (-42,45%), Usiminas ON (-42,21%) e PNA (-39,29%), Vale ON (-40,98) e PNA (-37,45%), Gol PN (-40,48%), Siderúrgica Nacional ON (-35,45%) e Petrobras PN (-35,27%).
Quais os motivos que levaram estes cinco papéis a se valorizarem em meio a um período de forte turbulência na Bolsa?
Veja a explicação dos especialistas Clodoir Vieira, economista-chefe da Corretora Souza Barros; Wagner Salaverry, diretor da Geração Futuro; Kelly Trentin, analista-chefe da SLW Corretora e Rosângela Ribeiro, analista de elétricas da SLW Corretora.
Nossa Caixa - A empresa recebeu uma proposta de compra do Banco do Brasil, que alavancou a procura pelas ações.
Em seguida, Bradesco e Itaú também mostraram interesse no papel, o que ocasionou a significativa alta das ações da empresa, que, do início de 2008 até 14 de agosto, acumulava alta de 76%.
Transmissão Paulista - outra boa pagadora de dividendos. Além desse aspecto, Wagner Salaverry, diretor da Geração Futuro, ressalva que as empresas de energia e telecomunicações representam negócios menos arriscados por estarem em um mercado regulado.
"Elas não crescem muito rapidamente, mas também é difícil perderem muito valor", resume.
Rosângela Ribeiro, analista do setor na corretora SLW, explica que, ao ser privatizada, a empresa pôde participar de novas licitações que resultaram em uma melhoria da geração de caixa -e mais distribuição de dividendos.
Eletrobras - A empresa tem boa parte da geração de energia do país e vem apresentando sinais positivos, explica Rosângela Ribeiro, da SLW.
A preocupação demonstrada pelo governo com a aceleração dos projetos a fim de manter a capacidade de geração de energia no futuro vem beneficiando as ações da empresa.
A analista ressalta ainda que a ação estava com o papel bem defasado, o que pode motivar o apetite pela compra.
Outro aspecto que beneficia a empresa é a alta do IGP-M, pois as empresas geradoras têm seus contratos reajustados pelo indicador.
Cosan - O interesse pelas ações da maior empresa produtora de álcool e açúcar do país pode ter sido motivado, na visão de Wagner Salaverry, da Geração Futuro, pela compra dos ativos da Esso Distribuidora, que propiciam à empresa distribuir o álcool que produz.
Para a SLW, porém, esse movimento é uma boa estratégia no longo prazo, mas, no curto prazo, a perspectiva não é tão positiva, já que o setor de álcool e açúcar se encontra com grande oferta e preço baixo.
Telesp - a empresa conseguiu manter a atratividade do papel por conta de sua política de distribuição de dividendos.
"Em épocas de turbulência, os investidores procuram empresas com este perfil", avalia Clodoir Vieira, economista-chefe da Corretora Souza Barros.
Em um dos estudos do economista, constatou-se que as boas pagadoras de dividendos normalmente conseguem atrair os investidores.
A corretora SLW classificou o papel como recomendação de compra para o mês de agosto, informando que, apesar da redução das margens operacionais da empresa, em decorrência da queda do tráfego de voz, a companhia teve um aumento de 12% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2008, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Fonte: Uol Economia
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