quinta-feira, 14 de agosto de 2008

MBA em Harvard, " fábrica de gente infeliz"

Pessoal,

Recebi este texto de minha corretora. Achei muito interessante, leiam e opinem.


"Philip Delves Broughton não é o que alguém descreveria como típico aluno da Harvard Business School. Em 2004, quando deixou seu emprego de chefe da sucursal em Paris do britânico "Daily Telegraph" para fazer seu MBA, estava com 32 anos, um pouco mais velho do que a maioria dos outros estudantes, e tinha um filho de dois anos. Tinha estudado literatura, história e filosofia latina e grega, mas pouco sabia sobre negócios. Pessoas do mundo dos negócios, era sua impressão, eram previsíveis escravos do dinheiro - "uns chatos jogadores de golfe, bebedores de gin".
Ao obter seu MBA, dois anos mais tarde, a compreensão de Broughton sobre negócios era consideravelmente mais profunda, mas sua opinião sobre esse mundo não mudou muito. Pode-se até imaginar que ele foi para Harvard com a finalidade de escrever sobre a escola. Mas parece que ele queria sinceramente mudar sua vida, acreditando que poderia tirar proveito de "uma competência empresarial geral". De todo modo, os principais beneficiários de sua experiência podem ser seus leitores.

Broughton oferece uma visão de bastidores perspicaz e persuasiva de uma instituição poderosa que ele vê como, no geral, bem-sucedida em sua missão de transformação de estudantes em líderes empresariais. Mas ele considera a HBS como malsucedida em praticamente todos os outros aspectos. Trata-se, em seu convincente relato, de uma "fábrica de gente infeliz".
A razão disso, apesar dos evidentes êxitos dos diplomados, é um assunto complexo que Broughton disseca com olho de repórter. Como ele conta, os 895 integrantes de sua turma eram homens e mulheres de talentos modestos, mas ambição desmedida. Sempre "botando banca", embora inseguros, estavam destinados a carreiras que deles cobrariam o sacrifício da família e dos amigos para conduzir ao sucesso que acreditavam, em tal alto grau, merecer.
Um dos poucos alunos que veio à HBS em 2004 com escassas ambições pessoais - ele não tinha idéia do que desejava fazer - Broughton estava bem qualificado para descrever como Harvard, em especial, e as escolas de administração e negócios em geral, prestam tal desserviço às pessoas. Com um segundo filho a caminho, ele sentia dificuldades para encontrar uma trajetória de carreira que lhe desse tempo para o convívio familiar - uma exigência que o distanciou da turba que partia em busca de carreiras de consultoria e em bancos de investimento. A pressão no sentido de seguir caminhos convencionais é um tema recorrente, e assim, colega após colega combatiam as forças da conformidade ou sucumbiam ao canto da sereia. No fim das contas, Broughton passou o verão, após seu primeiro ano em Cambridge, trabalhando num romance, em vez de partir para um estágio, e diplomou-se sem ter um emprego assegurado, após entrevistas no Google e McKinsey. Atualmente, ele mantém um pé no jornalismo ao mesmo tempo em que busca realizar algumas "iniciativas empresariais".

Broughton tem pouco a criticar e muito a elogiar sobre o método de estudo de casos da HBS, que estimula os estudantes a encontrar soluções para os problemas de empresas. É prova do acerto do método empregado pela faculdade o fato de que Broughton conseguiu tornar-se fluente na linguagem dos negócios, apesar de sua pouca exposição anterior a assuntos da área.
Ética é outra história. Muitos dos colegas de Broughton vieram à HBS com uma "folha corrida" ética suja, diz ele. Alguns conseguiram bolsas de estudo justificando falta de recursos financeiros, após zerar suas contas bancárias comprando automóveis caros. Mas a HBS não alterou em grande coisa suas atitudes. Em 2005, por exemplo, 119 candidatos a cursos na HBS foram apanhados tentando invadir um website que armazena informações sobre admissões. Com relação àqueles que tinham sido aceitos, Harvard recuou de sua oferta de matrícula, e o reitor qualificou o comportamento como uma "grave quebra de confiança". Mas em uma aula de "responsabilidade empresarial", diz Broughton, a culpa foi atribuída a Harvard - 75% da turma solidarizaram-se com os hackers.

O autor permite vislumbrar a vida diária em Harvard e o "medo de ficar por fora" que induz muitos estudantes a comparecer a qualquer evento, não importa quão trivial. Mas, no fim das contas, ele não pareceu julgar a experiência "transformadora", pelo menos não no sentido que a HBS acredita ser. Na realidade, a exposição à esfera empresarial em todas as suas formas aprofundou o viés cultural contrário de Broughton. Ele concluiu a experiência abismado diante do poder dos negócios em nossa sociedade e da capacidade de uma instituição como Harvard perpetuar esse estado de coisas. "Será que a sociedade alocou excessiva autoridade a uma única classe narcisista de 'cabeças de planilha' e apresentadores de PowerPoint?", indaga ele. Broughton não deixa dúvida sobre sua posição. "

Abraços e Sorte...

1 Comentário:

Anônimo disse...

Uma frase do mega investidor George Soros para sintetizar o pensamento pragmático dos 'homens de negócios': 'procurei a verdade e encontrei o dinheiro'..........

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