CDBs estão atraindo mais...
O mercado de CDBs (Certificados de Depósito Bancário) tem se expandido com vigor nos últimos meses. Tentados pelas taxas mais atraentes, além da propaganda maciça de muitos bancos, os investidores têm reservado parcelas maiores de suas economias para aplicar nesses títulos.
Dados do Banco Central mostram que a grande arrancada dos CDBs, como destino dos recursos a serem aplicados, ocorreu neste ano.
Enquanto o saldo das aplicações em CDBs cresceu mais de 35% neste ano, superando pela primeira vez, em junho, os R$ 400 bilhões, os fundos de investimento perderam ritmo, chegando a registrar saques líquidos em julho. O patrimônio dos fundos se expandiu apenas em 4,5% no ano, sendo que em julho os resgates bateram as aplicações em R$ 20,3 bilhões, como mostra levantamento da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
Na média, os CDBs estão com rentabilidade acumulada de 7,29% no ano -mas as taxas variam de uma instituição a outra. Os fundos de renda fixa, a categoria com melhor retorno, aparecem com rentabilidade média de 7,50% -isso antes de a taxa de administração ser descontada.
Uma das vantagens dos CDBs é a de não cobrarem taxa de administração. No caso dos fundos, essa taxa, que costuma oscilar entre 1% e 4% anuais, acaba por engolir boa parte dos ganhos finais.
Os CDBs são títulos emitidos pelos bancos, que vencem em determinado período e pagam uma taxa de juros. Praticamente todos os bancos oferecem CDBs. O risco da aplicação está atrelado à saúde financeira do banco. Como é ele quem emite o título, o risco de perder a aplicação está ligado à quebra da instituição -por isso, é bom conhecer bem o banco com que se trabalha.
Hoje, já é possível fazer uma aplicação em um CDB com menos de R$ 1.000 nos grandes bancos de varejo. "É um bom momento para o investidor aproveitar os CDBs, pois os bancos estão dispostos a pagar taxas melhores do que aquelas oferecidas há não muito tempo. O CDB, em muitos casos, tem se mostrado imbatível em termos de retorno", afirma Ricardo Rocha, professor de finanças do Ibmec-São Paulo.
Os bancos emitem CDBs para levantarem recursos, que depois são repassados nas linhas de crédito. Para emprestar dinheiro aos clientes e realizar financiamentos, as instituições necessitam de recursos.
E, para isso, contam com diversas fontes, como a emissão de debêntures, de títulos no mercado internacional, de CDBs e de outras modalidades de captação.
"Os bancos estavam com outra dinâmica de captação até 2007, menos dependentes dos CDBs. Um dos problemas para eles foi o compulsório sobre o leasing, que passou a comprometer parte dos recursos captados nesse segmento. Com isso, passaram nos últimos meses a oferecer taxas melhores para que os CDBs atraíssem mais aplicadores e conseguissem, assim, captar mais recursos", afirma Rocha.
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Quem decidir aplicar em um CDB deve estar atento às características do produto, como prazos de vencimentos e taxas oferecidas, que variam bastante. Os bancos costumam ofertar vários tipos de CDB.
"Tudo depende do volume que se tem para aplicar e do banco que o cliente buscar. Mas, de um modo geral, é fato que a remuneração subiu nos CDBs", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo. "Essa é uma tendência que ainda vai perdurar por algum tempo, desde que a demanda por crédito se mantenha firme e os bancos continuem necessitando de recursos", completa.
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