terça-feira, 30 de setembro de 2008

Desespero na Bolsa

Bom dia pessoal,

Como muito ja devem ter visto, ontem, dia 29/09/2008 a bovespa teve um dia de desespero refletindo a crise financeira nos Estados Unidos e na Europa.

Depois de ultrapassar os 10% de queda houve um "Circuit Break" - mecanismo acionado automaticamente quando o índice ultrapassa os 10 por cento de queda, o que não acontecia desde 14 de janeiro de 1999.

Depois de ter chegado perdo dos 14% de queda, o Ibovespa reduziu as perdas para fechar com desvalorização de 9,36 por cento, aos 46.028 pontos.

O motivo

A rejeição de congressistas (uma espécie de Câmara dos Deputados aqui no Brasil), ao pacote do governo dos Estados Unidos para tentar evitar uma quebradeira de bancos do país ao mesmo tempo surpreendeu e coroou um dia recheado de notícias assustadoras do setor financeiro global.

Com a maior queda em pontos diária da história, o índice Dow Jones despencou 6,98 por cento. O Nasdaq foi ainda mais longe, derretendo 9,14 por cento.

Bom, agora é esperar para ver o que acontece e fiquem de olho!!!

abraços e sorte,

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ações da Petrobrás rompem tendência de baixa

Pessoal,

Segue analise feito sobre os papéis da Petrobrás.

"Desde seu topo histórico no dia 21 de maio, subseqüente ao bebê
abandonado de baixa - formação de análise técnica -, há praticamente quatro
meses as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) não deslumbravam outro
horizonte senão o de queda.

Subsidiados por uma LTB (Linha de Tendência de Baixa), os papéis, durante o
longo período, não conseguiram ultrapassar a barreira imposta com
consistência. Até que depois de muito insistir, no dia 19 de setembro, os
ativos da estatal finalmente romperam a resistência com um volume elevado.

Muito mais que romper a LTB, as ações, conforme argumenta Marlo Ignatowski
Barcelos, analista da Investor, sinalizaram a mudança de sua tendência no
curto prazo, acompanhadas por um pivô de alta.

Forte resistência à vista
Perante a reversão de tendência para alta no curto prazo, as ações seguem
agora de encontro com a faixa entre R$ 36,00 e R$ 36,90, pontos classificados
como "fortes resistências" pelos analistas da Ágora Corretora.

Na visão da equipe da Focques Analistas Técnicos, o movimento de alta só
poderá ser sacramentado acima desta região, hipótese que provocaria um avanço
até os R$ 37,60, principal resistência do gráfico diário.

Tomando como base as retrações de Fibonacci, Barcelos prevê que os papéis da
estatal, após ultrapassarem 38% do movimento (R$ 36,90), deverão alcançar em
seqüência os R$ 39,15 e R$ 43,00.

Atenção para o suporte
Entretanto, a perda do suporte na casa dos R$ 33,00 poderá acenar para a
possibilidade de inversão da tendência dos papéis para queda, ao passo que
encontra logo abaixo, em R$ 32,56, a última chance de manter-se na tendência
de alta.

Confirmada a passagem pelo último patamar, as ações voltam a acelerar as
perdas, com próximo objetivo em R$ 30,00 e vista para um teste na mínima
deste ano, localizada na região dos R$ 27,00."

Fonte: Rafael de Souza Ribeiro - InfoMoney

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O básico da Crise - ENTENDA

Ola pessoal,

Venho procurando e tentando deixar aqui no blog notícias e informações sobre a crise, o mercado etc.
Esta matéria muito interessantes, fala o básico e suficiente para enterdermos a crise.

Segue:

1. O que aconteceu de tão extraordinário?

O episódio começou quando o Departamento do Tesouro nacionalizou Fannie Mae e Freddie Mac, no dia 7 de setembro. Seus ativos combinados são de mais de US$ 5 trilhões (em torno de R$ 9 trilhões). Essas firmas ajudam a garantir a maior parte das hipotecas nos EUA.

No dia 15 de setembro, o maior pedido de falência da história dos EUA foi feito pelo Lehman Brothers. O Lehman tinha mais de US$ 600 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em ativos e 26 mil empregados.

No dia 16 de setembro, o Federal Reserve (banco central americano) fez um empréstimo ponte para a maior empresa seguradora do mundo, a AIG. A empresa será enxugada com a venda de ativos nos próximos dois anos. O Fed nunca havia afirmado sua autoridade para intervir nesta escala, desta forma ou em uma companhia tão distante de sua autoridade supervisora.

2. Por que essas coisas aconteceram?

O denominador comum foi a incapacidade das firmas de conseguir financiamento. As razões, contudo, diferiram caso a caso.

Fannie e Freddie tinham um papel único na economia. Eles ajudavam a garantir hipotecas e patrocinavam essas garantias emitindo sua própria dívida, que era tacitamente protegida pelo governo.

As garantias do governo permitiram ao Fannie e ao Freddie assumirem uma dívida muito maior do que uma empresa normal. A princípio, eles também deveriam reduzir o custo hipotecários dos proprietários, mas, em vez disso, parecem ter usado sua vantagem para extrair altos lucros e expulsar o setor privado do mercado de hipotecas "regulares".

No último ano, tornou-se claro que seu estreito capital não era suficiente para cobrir as perdas das hipotecas de risco. A enorme quantidade de dívida espalhada teria causado colapsos em toda parte, no caso de um calote; então, o Tesouro anunciou que ia explicitamente garantir a dívida.

Entretanto, uma vez que a dívida foi garantida, nenhum investidor teve a disposição de ajudar a tamponar as perdas. Assim, o Tesouro teve que assumir as empresas.

A falência do Lehman aconteceu quando não podia nem mais pegar emprestado. O Lehman estava rolando ao menos US$ 100 bilhões (em torno de R$ 180 bilhões) por mês para financiar seus investimentos em imóveis, bônus, ações e títulos financeiros.

Por meses, investidores temerosos estiveram convencidos que as perdas imobiliárias do Lehman eram maiores do que admitia. Quando emergiram mais notícias ruins do mercado imobiliário, inclusive as perdas no Freddie Mac e no Fannie Mae, essa opinião espalhou-se.

Os custos dos empréstimos do Lehman aumentaram, e suas ações caíram. Com a ameaça iminente de rebaixamento de sua classificação de crédito, restrições legais impediriam certas firmas de continuarem a emprestar para o Lehman.

A AIG. teve que levantar dinheiro porque tinha assinado contratos de seguro de US$ 57 bilhões (cerca de R$ 102 bilhões) cujos pagamentos dependiam das perdas nos investimentos relacionados às hipotecas de risco. Apesar de seus principais negócios e outras subsidiárias estarem bem, esses contratos, chamados de credit default swaps (CDS), provocavam uma hemorragia.

Ainda havia a possibilidade de maiores perdas, se o mercado imobiliário continuasse a se deteriorar. As agências de classificação de crédito rebaixaram a dívida da AIG e os contratos de seguros exigiam que a empresa demonstrasse que tinha garantias para cumpri-los.

O segundo problema que a AIG enfrentava era que, se não conseguisse apresentar garantias, considerar-se-ia que tinha dado calote nos CDS.

Dado o enorme tamanho dos contratos e o número de partes envolvidas, o Fed decidiu que um calote da AIG provocaria um caos no sistema financeiro e causaria falências contagiosas. O Fed, então, emprestou US$ 85 bilhões (em torno de R$ 150 bilhões) para a AIG .

3. Por que o Tesouro e o Fed deixaram o Lehman falir, mas resgataram o Bear Stearns, Fannie Mae, Freddie Mac e a AIG?

O Bear Stearns foi resgatado por duas razões. Primeiramente, porque o Fed - que não é regulador do Bear - tinha informações muito imperfeitas sobre o que estava acontecendo na empresa.

O segundo problema era que as partes envolvidas em muitas transações do Bear não estavam preparadas para a falência súbita do Bear. O Fed argumentou que o resgate era um evento raro, que aconteceria uma vez a cada geração.

Quando o Bear foi resgatado, o Fed criou uma nova via de empréstimos para financiar outros bancos de investimento. Essa via foi modificada no dia 14 de setembro, para que pudesse agüentar uma falência contando com as proteções do código de falência. Assim, o Lehman vendeu ativos operacionais separadamente de seus títulos tóxicos lastreados em hipotecas.

Se o governo tivesse resgatado o Lehman, estaria negando a alegação que o resgate do Bear era extraordinário; também estaria admitindo que nem a nova via que montou nem os outros passos que tomou para tornar os mercados mais robustos eram confiáveis.

4. Eu não trabalho no Lehman ou na AIG e não tenho muitas ações. Há motivos para eu me importar?

A preocupação das pessoas é com a incapacidade coletiva das principais instituições financeiras de obterem financiamento.

Quando seus próprios fundos secam, as financeiras restantes ficam muito mais cautelosas em oferecer crédito para empresas normais ou indivíduos. Então, mesmo para as pessoas cujas circunstâncias não mudaram muito, o custo do crédito vai subir e será muito mais difícil de obtê-lo.

Isso retardará o crescimento.

5. O que significa "prosseguir" para o Fed e para o Tesouro?

Uma leitura razoável dos planos de resgate sugere uma regra simples: se uma firma está em vias de colapso e seus laços com o sistema financeiro significariam uma cascata de caos, a firma será salva. A falência será permitida apenas se o fracasso puder ser contido.

6. O que significa "prosseguir" para os mercados?

Depois do Lehman, as principais firmas de serviços financeiros devem compreender que precisam administrar seus próprios riscos com mais cautela. Isso inclui tanto garantir fundos adequados quanto ter mais cuidado na escolha de parceiros de negócios de confiança.

7. Quando essa confusão vai terminar?


A incapacidade de assegurar fundos de curto prazo fundamentalmente nasce da falta de capital. As maiores instituições financeiras estão coletivamente sem dinheiro, e mais é necessário para evitar falências ou vendas.

Fonte: Douglas W. Diamond e Anil K. Kashyap - Stephen D. Levitt (Freakonomics.com)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ações recomendadas para esta semana

Olá pessoal,

Seguem as ações recomendadas para esta semana (22 a 26/09/2008) e descrições das mesmas.



Por que essas sugestões?

* ALL

Para os analistas, a economia aquecida, produção recorde de grãos, criação de portos e elevados investimentos são os motivos para apostas no segmento ferroviário. E as ações da ALL se apresentam descontadas na Bolsa, acumulando queda superior a 24% no ano, o que se traduz em boa oportunidade de compra destes títulos.

* Randon

A receita líquida da companhia em agosto cresceu 18,5% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, a Randon registrou aumento de 22,6% em relação ao ano passado. Por isso, o desempenho da empresa suporta a expectativa positiva da corretora.

* Sadia

A Coinvalores acredita que a redução no preço dos grãos e a valorização do dólar frente ao real são fatores que vão favorecer as vendas da companhia. Por isso e pela expansão recente das operações da empresa, seus papéis são recomendados.

* Confab

Os analistas enxergam que o contrato de fornecimento de tubos para a Petrobras, no valor de US$ 114 milhões, é de grande peso para a empresa. Com ele, a carteira de pedidos da companhia aumentará 11%, daí a recomendação.

* Unibanco

O mercado tem especulado sobre a possibilidade do Unibanco adquirir os ativos da AIG no Brasil. A corretora acredita que o possível impacto negativo que a crise da AIG teria sobre o Unibanco está descartado, já que as operações no País são independentes e lastreadas no mercado nacional. Para ela, a aquisição é positiva ao banco.

Fonte: Infomoney

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Compra de ações da Petrobrás com o FGTS; mas Lula nega!

O governo estuda autorizar o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para compra de ações da Petrobras, disse ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em entrevista à rádio CBN, confirmando informação publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. "A Petrobras vai ter recursos para investir na prospecção do pré-sal, que tende a ser uma das maiores produções da história do Brasil", disse. Segundo Lupi, estudos sobre a retomada das aplicações ficarão prontos no fim deste ano.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-diretor da Petrobras, disse que a idéia de retomar a aplicação do FGTS em ações da estatal já circula pelo governo há algum tempo. "É uma idéia simpática porque socializa o capital", comentou.
"É importante do ponto de vista político e bom para o trabalhador, pois as pessoas que aplicaram o Fundo de Garantia não se arrependeram."

Os trabalhadores foram autorizados a aplicar parte de seu saldo no Fundo em ações da Petrobras em 2000. De lá para cá, o rendimento acumulado é da ordem de 750%. Atualmente, o total aplicado em ações da Petrobras é de cerca de R$ 8,5 bilhões.

O governo, porém, ainda não bateu o martelo sobre a questão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis se manifestar sobre o assunto.

Palavras do Presidente Lula sober o assunto:

"Eu acho abominável alguém fazer uma manchete irresponsável daquele jeito sem nunca ter conversado comigo e sem que eu nunca tivesse sequer pensado na idéia. Eu fiquei surpreso quando vi a matéria e acho isso irresponsabilidade. Eu acho irresponsável porque isso mexe com o mercado, mexe com ações, por uma coisa que eu nunca falei", afirmou o presidente nesta segunda-feira (22).

"Agora nos resta saber quem diz a verdade, lembrando que isto já foi feito no passado. Também que o o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, confirmava o estudo, por parte do governo"

Fonte: (Lu Aiko Otta e Vera Rosa-Agência Estado) e G1

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Perspectivas para ações do setor financeiro

Mesmo diante da forte turbulência nos mercados, diversos analistas têm manifestado confiança na retomada da trajetória de alta da bolsa no longo prazo.

Se os fundamentos para as ações estão aparentemente garantidos, um diagnóstico via o instrumental de análise técnica configura um cenário conturbado no curto prazo, marcado por sucessivas perdas de suportes.

Sem fundo
Após ficar em congestão durante duas semanas, oscilando entre R$ 31,90 e R$ 29,00, as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) perderam o importantíssimo suporte na última segunda-feira (15), o que, na visão de Gustavo Lobo, instrutor da Uniinvest, pode levar os papéis para a casa de R$ 24,00.

Entretanto, reitera Lobo, as ações do banco se sustentaram acima dos R$ 26,00 nos dois últimos pregões, fato que também chamou atenção da equipe da Focques Analistas Técnicos. Ao verificar o baixo IFR (Índice de Força Relativa) do gráfico diário, os analistas sugerem uma operação mais curta com o papel, com objetivo principal em R$ 28,00.

Assim como os ativos do Bradesco, os papéis ordinários do Banco do Brasil (BBAS3) perderam importante suporte (R$ 22,00) e agora caminham para os R$ 18,00, antevê o instrutor da Uniinvest.

Além disso, afirma Lobo, as ações entraram em uma tendência primária de baixa, o que "dificulta operações na ponta da compra".

Longo prazo promissor
O cuidado se estende aos papéis do Itaú (ITAU4), que ,após perder o suporte de R$ 28,00, se sustenta momentaneamente na casa de R$ 27,00, mas nada que impeça o teste do suporte principal no perímetro de R$ 26,00, revela Lobo.

Se o curto prazo não promete tanto, em uma visão de longo prazo, percebe-se que as ações se encontram em uma tendência lateral, buscando realmente o suporte na casa de R$ 26,00. Sendo assim, caso o papel se sustente acima deste patamar, abre-se uma boa oportunidade para o investidor.

Fonte: Infomoney

BCs anunciam medida contra crise financeira

Os seis principais bancos centrais do mundo anunciaram nesta quinta-feira uma ação coordenada para enfrentar a falta de liquidez nos mercados financeiros globais e tentar acabar com a crise que afeta a economia dos Estados Unidos e o resto do mundo.

"A medida foi tomada para frear as contínuas pressões sobre o dólar nos mercados", afirmaram os bancos. Fazem parte do acordo o BoJ (Banco Central do Japão), o Fed (EUA), o BCE (Banco Central Europeu), o BoE (Reino Unido), o SNB (Suíça) e o Banco do Canadá.

Entre as medidas do acordo, o Fed planeja autorizar mais US$ 180 bilhões; o BoE e o BCE devem oferecer, cada um, empréstimos de US$ 40 bilhões; e o BoJ deve lançar um plano de apoio às operações com dólar para proporcionar fundos aos participantes do mercado no Japão caso seja necessário.

"Os bancos centrais continuarão a trabalhar juntos para dar os passos certos e cortar as pressões crescentes", declarou o BCE.

A ação segue um dia de fortes quedas em todos os mercados, ainda com temor de restrição ao crédito que contaminou os mercados após a quebra do Lehman Brothers, a compra do Merrill Lynch e os problemas da AIG.

Hoje as Bolsas asiáticas operaram com perdas durante praticamente todo o dia. O anúncio não foi suficiente para reverter a tendência na Ásia. O Nikkei, índice dos negócios da Bolsa de Tóquio (Japão), fechou com a pior queda em três anos --2,2%, aos 11.489,30 pontos. Em Hong Kong, onde o índice Hang Seng chegou a cair 7,3%, o mercado fechou aos 0,03% negativos. Na China, Xangai fechou com recuo de 1,72%. Em Seul (Coréia do Sul), as perdas estavam perto dos 2,30%.

Ontem, as Bolsas americanas e européias fecharam em forte queda sem que a decisão do Fed acalmasse o mercado. No Brasil, a Bovespa desvalorizou.

Problemas

"Obviamente a medida não ataca a raiz dos problemas, mas ajuda a livrar de algumas das tensões imediatas que crescem no mercado financeiro", disse Ian Stannard, estrategista do banco BNP Paribas.

O anúncio do empréstimo de US$ 85 bilhões à seguradora AIG animou inicialmente os mercados, favorecendo as Bolsas asiáticas e ajudando na abertura das Bolsas européias. Em troca, o governo vai assumir o controle de quase 80% das ações da empresa e o gerenciamento dos negócios.

No entanto, o que prevaleceu foi o medo da próxima "bola da vez" --a incerteza sobre qual será a próxima instituição financeira a quebrar.

O Morgan Stanley, um dos dois bancos de investimentos independentes dos Estados Unidos que ainda sobrevivem à crise, negocia uma fusão com a Wachovia Corporation, segundo o jornal "The New York Times". Já a rede de informação financeira CNBC informou que o Morgan Stanley analisa uma possível venda ao banco chinês CITIC.

Já o Washington Mutual, um banco comercial, também está discutindo com vários instituições financeiras a sua venda, ainda segundo o jornal. Os dois bancos vêm sendo apontados nos últimos dias como os mais prováveis a caírem na atual crise.

Ontem, as ações o Morgan Stanley tiveram a maior queda da história da instituição, de 24,22% (a retração chega a 40% nos últimos três dias). Enquanto isso, os papéis do Washington Mutual já se desvalorizaram 85,23% neste ano (13,36% só ontem).

O pessimismo dos investidores se converteu em um movimento de venda das ações. "Será muito difícil haver uma recuperação daqui ao fim de semana. Há opções que vencem na sexta-feira e inúmeros títulos necessitam ser vendidos, mais do que comprados", disse ontem Mace Blicksilver, da Marblehead Asset Management.

"O temor com o crédito alcançou o clímax. É presunção acreditar que isso acabaria em um dia", afirmou Harushige Kobayashi, do Securities Japan. "O mercado ignora os fundamentos e deixa 95% ser guiado por fatores psicológicos."

Quebra e ajuda

Na segunda-feira, com a quebra do Lehman Brothers, as Bolsas fecharam com as maiores quedas em pontos desde os ataques contra o World Trade Center em Nova York em 11 de setembro de 2001.

Em seguida, o banco entrou com o pedido de proteção sob a legislação de falências e concordatas no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.

Com a situação crítica do Lehman, outras instituições financeiras correram para salvar outro banco tradicional de Wall Street, o Merrill Lynch: o Bank of America comprou o Merrill por cerca de US$ 50 bilhões, consolidando ainda mais sua posição de gigante reforçada já por uma série de compras anteriores que incluem o banco hipotecário Countrywide Financial.

No dia seguinte, a AIG conseguiu uma injeção de US$ 85 bilhões do governo a fim de aumentar sua liquidez.

Fonte: Folha OnLine

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Alertas para impactos no BC dos EUA

Os resultados financeiros do próprio Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começam a preocupar. Para evitar que mais bancos quebrem, o Fed anunciou uma série de medidas que vão facilitar os empréstimos para instituições com problemas, exigindo menos garantias. "Muita gente está preocupada com o balanço do Fed, que está ficando cheio de ativos podres", diz Benn Steil, diretor do Centro de Economia Internacional do Council of Foreign Relations.
O BC americano passará a aceitar ações como garantias dos bancos que precisam de empréstimos. "Vai na contramão do Banco Central Europeu (BCE), que está restringindo os ativos que aceita como colaterais."
Apesar de ter-se recusado a injetar dinheiro no Lehman Brothers, o Fed está ampliando a sua atuação para garantir a saúde dos bancos. "O Fed está expandindo o papel de credor de última instância, situação semelhante à vivida por bancos centrais da Ásia e da América Latina nos anos 90", disse Steil
Segundo ele, na época, as pessoas se refugiavam em dólares porque temiam uma situação inflacionária de bancos centrais sobrecarregados com a tarefa de garantir instituições financeiras. "O Fed está assumindo muitas dívidas e pode acabar na mesma situação", diz. "A instituição precisa ser mais cuidadosa com as garantias, se não perde confiança e as pessoas vão comprar euros ou ouro."

Para Vitória Saddi, economista-chefe para América Latina do RGE Monitor, a "flexibilização de regras" generalizada do Fed está afetando a confiabilidade da instituição. "É muito pior do que fazer um Proer, como nós fizemos, para socorrer os bancos; essa flexibilização de regras desmoraliza o sistema financeiro", diz a economista. "Só falta flexibilizar as regras contábeis."
Em seu artigo mais recente, Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), também demonstrou preocupação com o aumento dos empréstimos dos bancos centrais. "O Fed, o BCE e o Banco da Inglaterra, coletivamente, fizeram empréstimos de curto prazo de centenas de bilhões de dólares para bancos", disse Rogoff.
Segundo ele, "se os bancos centrais tiverem de encarar grandes perdas em seus balanços, não será necessariamente o fim do mundo, mas a história sugere que consertar o balanço de um banco central nunca é um processo agradável". "Diante de perdas, um BC pode sair do buraco ou através de inflação ou da recapitalização, pelos contribuintes, duas soluções extremamente traumáticas."

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tecnologia - Internet pela rede elétrica no Brasil

A japonesa Panasonic está de olho na regulamentação do serviço de banda larga pela rede elétrica no mercado brasileiro.

A companhia trouxe seus modems para conexão pela tecnologia PLC (da sigla Power Line Communication) e está testando o serviço em Barreirinhas (MA), em parceria com a Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel).

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou em consulta pública nesta semana uma proposta para regulamentar o serviço de Internet pela rede elétrica no país.

Como explicou Eduardo Kitayama, consultor técnico de vendas da Panasonic Brasil, a empresa colocou três equipamentos em Barreirinhas, em uma biblioteca pública, em um restaurante e em uma loja, onde as conexões estão sendo feitas a uma velocidade de 200 Mbps - hoje as velocidades mais altas no país são a 30 Mbps.

Outros testes devem ser iniciados em 2009, segundo ele, também em parceria com a Aptel. Em Recife (PE), por exemplo, elas deverão testar o PLC em um novo empreendimento imobiliário que está em fase de construção.

Antes mesmo da regulamentação, algumas concessionárias de energia já realizaram testes da tecnologia em suas regiões. Esse é o caso, por exemplo, de estados como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

De acordo com Kitayama, o PLC poderá ser um complemento a outras tecnologias de conexão, como o Wi-Fi, especialmente em regiões onde a rede fixa de telefonia não esteja presente.

"Dos 58 milhões de domicílios existentes no Brasil, 20 milhões não têm rede de telefonia fixa. Já a energia elétrica está em 99% das casas", comparou. Nas grandes metrópoles, especialmente em prédios antigos, o PLC também pode ser uma alternativa à uma infra-estrutura já obsoleta e congestionada, por exemplo.

Ele explicou que hoje os modems da Panasonic são fabricados na Malásia e no Japão. No Brasil, entretanto, "a tecnologia é nova e ainda desconhecida do conumidor final". Ele espera, no entanto, que "a partir de 2009 comece a existir uma certa demanda" e, quando ela o justificar, a empresa poderá nacionalizar a sua produção. "É preciso ter volume para justificar a fabricação".

A companhia já vende modems para conexões pela rede elétrica em seu próprio país de origem, além de nos Estados Unidos, México e algumas nações da Europa. No Japão, explicou ele, "o modem PLC já é vendido nas prateleiras das lojas".

A empresa também planeja a conexão de equipamentos por meio desta tecnologia. No Japão, por exemplo, um interfone é conectado a uma TV de plasma e, com a conexão via PLC, permite ao morador ver a imagem da pessoa que está batendo em sua porta.

Como admite que "a escassez de energia é uma preocupação", Kitayama afirma que o PLC poderá, inclusive, ajudar no controle de gastos de cada eletrodoméstico se estiverem conectados aos medidores de consumo da concessionária de energia.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Gráficos apontam recuperação

O desempenho do mercado ontem reavivou na mente dos investidores o dia 16 de agosto do ano passado, quando o pânico dominou os negócios e o Índice Bovespa chegou a cair mais de 8%. A queda de ontem foi bem mais modesta, mas o sentimento de irracionalidade, com todo mundo querendo vender ações o quanto antes, sem saber ao certo o motivo, foi exatamente o mesmo de um ano atrás. A aversão ao risco vem crescendo de forma consistente e a cada dia surge um fato novo que leva o investidor a concluir que o melhor nesse momento é ficar quietinho na renda fixa mais conservadora possível. Ontem, foi principalmente o medo de uma quebra do banco Lehman Brothers que deflagrou o forte movimento de venda das ações. O Ibovespa fechou em queda de 4,50%, aos 48.435 pontos. A lembrança do dia 16 de agosto de 2007 não é à toa, já que a pontuação de ontem é a menor desde então, quando o indicador fechou aos 48.015 pontos.
Dentro da análise fundamentalista, o principal temor é que a desaceleração mundial seja maior do que se esperava, ou se tinha esperança, até algumas semanas atrás. A queda das commodities contribui para esse desconforto, especialmente no que diz respeito aos países emergentes, seus grandes produtores.

Analistas vêem limite de queda em 48 mil pontos

Se serve de alento para os que se encontram em pleno desespero, a análise gráfica, aquela que projeta os movimentos futuros do mercado com base no comportamento passado dos gráficos, mostra que a bolsa está à beira de um período de recuperação dos preços, mesmo que de curto prazo. Ufa, que alívio! Independentemente da metodologia, todos os analistas gráficos ouvidos pelo Valor apontam os atuais 48 mil pontos do Ibovespa como um importantíssimo ponto de suporte. Em outras palavras, isso significa que, analisando os históricos, percebe-se que o índice luta bravamente para não cair abaixo desse nível e ter uma recuperação.
"Esses 48 mil pontos são um enorme teste de fogo para o Ibovespa e, como acredito que ele (o índice) conseguirá passar bem por essa prova, este é um excelente momento para comprar ações", diz a analista gráfica do banco Santander, Sílvia Afonso. Apesar do tom otimista, ela alerta que dificilmente o Ibovespa irá experimentar o doce gosto de novos recordes históricos ainda este ano, já que as condições não são favoráveis. Mesmo não acreditando na hipótese mais sombria, no caso de o Ibovespa cair abaixo dos 48 mil pontos, o seu próximo suporte será na casa dos 45 mil pontos, que foi a última mínima, em julho do ano passado, lembra Sílvia.

Se são grandes as chances de a hemorragia estancar, até aonde pode ir essa tão sonhada recuperação? Graficamente, o próximo nível de resistência - teto que as ações têm dificuldade de ultrapassar - é em 52.400 pontos e, em seguida, em 54 mil pontos, aponta o analista gráfico da Itaú Corretora, Márcio Lacerda. Se o Ibovespa tiver forças suficientes para passar esses dois pontos, o índice irá buscar os 66 mil pontos e depois os 74 mil, próximo de seu último recorde histórico, o que Lacerda acredita que possa ocorrer no longo prazo. "Assim como a queda vem há meses, a alta também deve se desenrolar por um bom tempo, portanto, é preciso ter paciência", alerta.
Um outro dado importante que também aponta para uma breve recuperação é o chamado Índice de Força Relativa (IFR), que mostra que o mercado está excessivamente sobrevendido, ou seja, os investidores já venderam tudo o que tinham e o que não tinham também. "O IFR está em 20, que é o nível máximo de sobrevenda, e que não ocorre há muito tempo", completa Lacerda.
Os gráficos também mostram que muitas ações na Bovespa atingiram pisos importantes, o que é meio caminho para esboçarem algum tipo de reação. É o caso das preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras, que podem agora buscar os R$ 35 (ontem fecharam em R$ 28,35) nas próximas semanas, estima o grafista da Ativa Corretora, Eduardo Collor. "É nas horas de pânico, como a atual, que surgem as boas oportunidades, o investidor só precisa manter a calma para enxergá-las", diz ele.
Algumas outras metodologias de análise passam longe do otimismo dos grafistas. É o caso da análise quantitativa, que usa sofisticados cálculos matemáticos. Pela projeções do analista quantitativo do Santander Nilton Cardoso, os números apontam que o Ibovespa pode chegar a 34 mil pontos. "Mas os cálculos não consideram o fluxo de investidores, que pode perfeitamente mudar tal cenário", alerta ele.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Bovespa seguirá "sofrendo"

Bovespa seguirá "sofrendo", diz analista

O economista Ramón Aracena, especialista em Brasil no IIF (Instituto de Finanças Internacionais, que reúne uma rede de 375 instituições financeiras no mundo), afirma que a Bolsa brasileira continuará "sofrendo", no médio prazo, as conseqüências do desaquecimento nos Estados Unidos, que deve se prolongar durante o próximo ano.
"Nunca acreditei na tese do descolamento. O fato é que algumas economias emergentes, como a brasileira, estão mais resistentes a choques externos. O que acontece é que quando a Bolsa de Nova York apresenta um desempenho negativo, como tem ocorrido, há contágio em todos os outros mercados emergentes. Todos acabam se molhando nessa chuva."
Aracena diz que, embora o Brasil apresente "bons fundamentos, grandes reservas internacionais e credibilidade", o país "não está imune".

"Note que, no início do ano, bem em meio à crise de crédito nos Estados Unidos, a Bolsa brasileira estava subindo. Mas, neste momento, há um temor maior de que haja um esfriamento econômico em nível mundial, e isso está afetando a performance de todas as Bolsas. Enquanto a economia mundial estiver diante dessa perspectiva, as Bolsas vão sofrer", disse.
"No fundo, o problema é que os investidores estrangeiros estão nervosos com a queda dos preços das commodities. Como a Bolsa brasileira é muito dependente deles [43% do Ibovespa está atrelado ao setor de commodities], o mercado está sofrendo. O estresse atual na Bolsa não é problema apenas do Brasil. Está acontecendo em quase todos os mercados mundiais, emergentes ou não. O contágio é geral."
Aracena afirma que o IIF deve divulgar nas próximas semanas uma revisão, para baixo, das perspectivas de crescimento da economia brasileira, especialmente em decorrência do "contágio" vindo dos EUA.
"Para os EUA, 2009 será um ano complicado. O principal é solucionar os problemas atuais no sistema de crédito. Mas o fato é que ninguém sabe ao certo o que deve acontecer no país ou nas outras economias industrializadas", afirma Aracena.

Agenda da Semana - Fique de olho

Semana terá definição de taxa de juros e dados do PIB

A agenda brasileira estará carregada nesta semana. Além da apresentação do desempenho da economia nacional no segundo trimestre, haverá a reunião do Copom, que definirá como ficam os juros básicos da economia brasileira.
Na cena internacional, amanhã será um dia bastante importante. Isso porque haverá um novo discurso de Ben Bernanke -o presidente do BC dos EUA- e a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Como o futuro da economia norte-americana ainda traz muitas incertezas, a fala de Bernanke será acompanhada com interesse pelo mercado. Já a reunião da Opep vem em um momento em que o petróleo se afasta cada vez mais de seu pico -em julho rompeu os US$ 145 por barril-, tendo encerrado os negócios de sexta-feira a US$ 106,23 em Nova York.
No Brasil, a quarta-feira deve ser o dia mais agitado, por concentrar tanto a divulgação do PIB quanto a reunião do Copom, que irá anunciar a nova taxa básica de juros da economia, a Selic, que está hoje em 13%. A maioria dos analistas conta com uma elevação de 0,75 ponto percentual na Selic, mas há quem espere por um resultado diferente.

Para Istvan Kasznar, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), o Copom vai elevar a taxa em 0,50 ponto percentual. "Se, por um lado, a inflação já apresenta sinais claros de arrefecimento, por outro a demanda por bens e serviços na economia ainda está em níveis muito preocupantes", diz o economista.
Segundo a pesquisa Focus, feita pelo BC com cem instituições financeiras, a previsão é de que a taxa Selic esteja em 14,75% no fim de 2008. Ou seja, pela projeção do mercado o ciclo de elevações da taxa Selic ainda está um pouco distante de seu fim.
Como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve desaceleração em agosto, ficando em 0,28%, as apostas em torno da possibilidade de o Copom elevar a Selic em um ponto perderam força.
O principal motivo que levou o Copom a retomar o processo de alta da Selic, em abril, foi o risco representado pelas pressões inflacionárias. Ao subir os juros, o Banco Central busca frear o crédito e o consumo, detendo a escalada dos preços.
"A inflação, que estava tirando o sono de muita gente, voltou a se comportar. Nossa projeção era de 0,30% em agosto. Em 12 meses, a inflação bateu no teto e recuou", aponta a Gradual Corretora.
Para a Bolsa de Valores, quanto menos os juros subirem, melhor.
Taxas maiores representam retornos mais expressivos em aplicações de renda fixa, que podem atrair investidores que estavam aplicando em ações.

Ainda a inflação
O risco de crescimento inflacionário não é um problema apenas para o Brasil.
As maiores economias do mundo sofrem neste momento com a pressão indesejada dos preços.
Na sexta-feira, os Estados Unidos vão divulgar o resultado do PPI (índice de preços ao produtor).
A expectativa é que o indicador aponte alta de 0,2% em agosto, contra 0,7% registrado no mês anterior.
Ainda nesse dia, os Estados Unidos vão apresentar dados referentes às vendas no varejo, o índice de confiança ao consumidor e os estoques das empresas.
Esses números darão sinais sobre o ritmo em que anda a maior economia do planeta.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Petrobrás já fala em uma sexta refinaria no País

O novo planejamento estratégico da Petrobrás deve incluir a construção de mais uma refinaria, além das cinco já projetadas. O objetivo é processar o petróleo das descobertas do pré-sal, não contempladas no planejamento atual. O novo plano de investimentos, que terá como horizonte o ano de 2020, será anunciado em outubro com "aumento substancial" no volume de investimentos, segundo o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa.
"Talvez tenha mais uma (refinaria), mas deve ficar para o final do período do planejamento estratégico", disse. A estatal tem cinco projetos que ampliarão em 1,3 milhão de barris/dia a capacidade nacional de refino, hoje de 1,9 milhão de barris/dia. A ampliação cobre as projeções atuais de produção, sem o pré-sal, que chegam a algo entre 3,2 milhões e 3,5 milhões de barris/dia em 2015.
Costa, que ontem participou do evento World Refining and Fuels, não deu detalhes sobre a nova refinaria. Mas já é de conhecimento o desejo do governo de evitar a exportação de petróleo cru.

Dos projetos atuais, a ampliação da unidade de refino do Rio Grande do Norte, que passará a produzir gasolina, será o primeiro a entrar em operação, em 2010. Um ano depois, virá a Refinaria de Pernambuco, com capacidade para 200 mil barris. Em 2013, será a vez do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, que transformará 150 mil barris de óleo em produtos petroquímicos. As refinarias Premium do Ceará (300 mil barris) e Maranhão (600 mil barris) iniciarão operações de 2013 a 2016.
Costa afirmou que o início da produção no pré-sal em Jubarte tem importância semelhante ao início da produção com plataformas flutuantes na Bacia de Campos, nos anos 80. "Aquele projeto deu as bases para a descoberta das águas profundas da Bacia de Campos. Não tínhamos idéia de que descobriríamos campos gigantes como Marlim."

Notícia da Vale vira presente de grego

A Vale, segunda empresa mais importante dentro da Bovespa, esteve envolvida ontem num grande presente de grego que o mercado recebeu. As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) série A da mineradora chegaram a subir 4,77%, mas caíram até 2,14% e fecharam em baixa de 0,65%. O Índice Bovespa seguiu a mesma toada: subiu 1,5%, caiu 2,72% e encerrou o pregão em baixa de 1,61% aos 53.527 pontos.
Logo de manhã, os investidores foram agraciados com a notícia de que a Vale estaria negociando um aumento de 20% no preço do minério de ferro vendido para as siderúrgicas chinesas. O rumor veio a calhar, já que no dia anterior os temores de desvalorização das commodities havia aumentado depois de a ArcelorMittal decidir cortar os preços do aço vendido para a África do Sul. Os investidores, que passaram as últimas semanas quietos, sem fazer grandes movimentos, se encheram de coragem e voltaram ao mercado, comprando principalmente as ações da Vale e de outras empresas de commodities, que andavam relegadas a segundo plano. A segurança do mercado fazia sentido, já que seria impossível acreditar num processo de queda das matérias-primas enquanto uma das maiores mineradoras do mundo percebe que ainda há demanda suficiente para mais aumentos.

No entanto, a alegria durou pouco. A mineradora se apressou em desmentir a notícia. Só que no mesmo comunicado a companhia disse que "mantém permanente diálogo com seus clientes, buscando a negociação, em termos mutuamente satisfatórios, de condições comerciais, envolvendo entre outros fatores qualidade, volume e prazos de fornecimento." Para os analistas, essa foi uma estratégia de "morde e assopra" em que, ao mesmo tempo que desmente, a empresa deixa aberta a possibilidade de divulgar boas notícias a qualquer momento, sem ser acusada de que não avisou nada.
Mesmo com a dúvida no ar, os investidores preferiram ler o comunicado ao pé da letra. E as ações que eles compraram na parte da manhã, foram vendidas poucas horas depois. A alta volatilidade dos papéis da Vale e das demais empresas de commodities assustou o mercado. Os investidores que resistiram bravamente à queda das matérias-primas nas últimas semanas e permaneceram com as ações em carteira, se renderam ao movimento da manada e venderam os papéis, acentuando a queda de ontem da bolsa. As PNA da Vale negociaram R$ 937,3 milhões, na frente até das PN da Petrobras, com R$ 637,7 milhões.
Esse tipo de reajuste no meio do ano parece estranho, já que tradicionalmente as negociações de preços do minério de ferro ocorrem apenas uma vez, no início de cada ano. "Este ano, no entanto, tem sido bastante atípico, as mineradoras australianas, por exemplo, cavaram reajustes maiores em vez de seguir o primeiro aumento proposto pela Vale, como sempre ocorreu", diz o analista da SLW Corretora Pedro Galdi.

Agora é a vez do campo
A bolsa divulgou ontem às corretoras o lançamento do programa "BM&FBovespa vai ao campo", no dia 12, em Campo Mourão, cidade paranaense com destaque na produção de soja e milho por cooperativas, segundo apurou o repórter Danilo Fariello. No comunicado, a bolsa afirma que o programa terá palestras e postos de atendimento que contarão com a presença do BovMóvel, um furgão estilizado da bolsa. A divulgação inclui folhetos e propaganda em mídias locais. Depois de Campo Mourão, será a vez de Maringá, no mesmo Estado. A iniciativa de ir ao campo fazer contato com o produtor agropecuário já é conseqüência da união de iniciativas das duas bolsas (Bovespa e BM&F). O programa "Bovespa vai até você", lançado em 2002, foi o principal projeto para atrair pessoas físicas. Já pelo lado da BM&F, a idéia é mostrar ao produtor rural alternativas com contratos futuros para que ele possa obter condições financeiras melhores ao vender sua produção.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Corretoras na corrida para fisgar o investidor

Já que estamos falando de corretoras, vejam o que elas estão fazendo pra atrair mais investidores:


A queda no volume de negócios de pessoas físicas na Bovespa está levando as corretoras a usar a imaginação para atrair os investidores. As iniciativas das instituições incluem campanhas com jogadores de futebol, abertura de escritórios e salas de ações e outros serviços especiais.
Em agosto, os negócios via internet - home broker - atingiram R$ 21,8 bilhões, para uma média de R$ 26 bilhões no ano, muito abaixo dos R$ 36,7 bilhões do pico de maio. A redução acontece apesar de o total de registros na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia ter ficado praticamente estável de julho para agosto, em 529 mil contas. Isso mostra que o investidor está negociando menos, assustado com a queda de 14,85% do Ibovespa no ano.
Uma loja térrea com mezanino e cerca de 250 metros quadrados no coração do bairro Moinhos de Vento, um dos mais nobres de Porto Alegre, é a estratégia da XP Investimentos para capturar novos investidores. Comum em países como Estados Unidos e China, o formato pretende desmistificar e popularizar as operações em bolsa, facilitar o acesso dos clientes aos operadores e criar um novo espaço para os cursos e palestras promovidos pelo braço educacional da corretora, a XP Educação.
"Decidimos transformar o conceito de corretora em algo acessível a todos, de donas-de-casa a profissionais liberais", explica o sócio da XP e responsável pelas operações da XP Educação, Gabriel Leal. "Muita gente deixa de investir por medo e falta de conhecimento sobre o mercado e o que queremos é justamente quebrar esse bloqueio".

A loja foi aberta há um mês com investimentos de R$ 300 mil e recebe entre 30 e 50 pessoas por dia. Muitos são "curiosos", que nunca viram uma corretora, e boa parte volta para se inscrever nos cursos ou para abrir uma conta e investir, relata o executivo. Nesta semana, uma nova "loja-corretora" foi inaugurada, dessa vez em Campinas, em São Paulo, e mais duas estão programadas até o fim do ano, sendo uma em Minas Gerais.
Também atrás das pessoas físicas, a Win, braço de home broker da corretora Alpes, está há um mês com uma campanha estrelada pelo jogador Kaká, do Milan. A estratégia fez o número de consultas ao site quintuplicar e ajudou a corretora a manter o número de novos clientes cadastrados, em torno de 1,5 mil por mês, enquanto o restante do mercado caía 20%, diz Roberto Lee, diretor de marketing da Win. "Ele é nosso cliente e tem o perfil do novo investidor em ações, uma pessoa de outra área, que não tem tempo de ficar operando em bolsa, mas quer guardar parte das economias em ações", diz.
Já a TOV Corretora convocou o veterano meia-esquerda Neto, do Corinthians, exímio cobrador de faltas, para atrair os investidores. Para reforçar, a corretora cobra uma das menores corretagens do mercado, R$ 5,00.
Na Bradesco Corretora, a estratégia é se aproximar mais dos clientes, diz o superintendente executivo Wlademir Bidoy Mendonça. "Temos uma equipe que vai nas agências falar com gerentes e clientes, hoje de oito pessoas, que chegará a 12 até o fim do ano", diz. Além disso, o banco está ampliando o número de salas de ações, de 13 para 40 até o fim deste ano. "Temos ainda 72 pessoas em nossa central de atendimento de varejo para orientar as pessoas físicas, que sempre foram nosso foco", diz.

Também na linha da aproximação, a Gradual Corretora abriu 40 escritórios em todo o Brasil, onde pretende dar cursos e preparar os investidores para o mercado de ações, diz Marcelo Smarrito, diretor de estratégia e pessoa física da corretora.
Já a Ágora está usando seus boletins de TV e relatórios para acalmar os investidores, diz Claudio Gandelman, diretor de marketing e clientes. Além disso, a corretora colocou em funcionamento uma nova plataforma de negócios, que dá mais ferramentas para o investidor online.
No caso da XP, a unidade no bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre, dispõe de sala equipada com computadores para os clientes acompanharem o mercado, quatro televisores, cafeteria e salas de reuniões. Doze operadores e dois gerentes trabalham no local, que funciona das 8h30 até às 19h30, mas em dias de curso o movimento só pára perto das 22 h. Agora o plano é instalar, na fachada, um "ticker" eletrônico com as cotações do dia.
Leal ainda não conseguiu mensurar o impacto do novo formato na captação de clientes, mas pretende atrair, só com a loja de Porto Alegre, mais 200 a 300 pessoas por mês para os cursos da XP Educação, que atualmente treina um contingente mensal de 2 mil aspirantes a investidores em 70 cidades do país.

Lista de Corretoras

Pessoal bom dia,

Tenho percebido uma grande procura por informações das corretoras. Qual é melhor? Melhor HomeBroker. Quanto custa? Taxa de custódia, etc.
Vou listar aqui algumas das mais citadas em foruns, blogs e deixar um link pra lista das corretoras listadas na Bovespa.

Titulo - Easy Invest
Site : http://www.easyinvest.com.br
Preço : R$10,00 por ordem executada, mas o minimo é de 3 ordens por mes. Não cobra taxa de custódia

Ativa Trade

Site : http://www.ativatrade.com.br
Preço : R$15,00 por ordem executada. Não cobra taxa de custódia

AGORA CTVM S.A
Site : http://www.agorainvest.com.br
Preço : R$20,00 por ordem executada. Taxa de custódia de R$6,00

Wintrade
Site : http://www.wintrade.com.br
Preço : R$5,00 no fracionario / R$20,00 no integral / R$10,00 para opções.
Taxa de custódia de R$10,00

Baninf
Site : http://www.banifinvest.com.br
Preço : R$15,99 por ordem executada.
Não cobra taxa de custódia

Solidez
Site : http://www.solidez.com.br
Preço : R$14,99 por ordem executada

Intra
Site : http://www.intra.com.br
Preço : ** Tabela sugerida pela Bovespa
Taxa de custódia : R$12,00

XP investimentos
Site: http://www.xpi.com.br
Preço: ** Tabela sugerida pela Bovespa.
Taxa de Custódia: R$ 9,86.

Gradual Investimentos
Site: http://www.gradualcorretora.com.br
Preço: R$ 20,00 por ordem executada.
Taxa de Custódia: R$ 10,00

Umuarama S.A. CTVM

Site: http://www.umuaramactvm.com.br
Preço: ** Tabela sugerida pela Bovespa.
Taxa de Custódia: R$ 7,34.

Coinvalores
Site: http://www.coinvalores.com.br
Preço: ** Tabelo sugerida pela Bovespa
Taxa de Custódia: R$ 15,00


** Tabela de Corretagem sugerida pela Bovespa:

Até R$ 135,05 = 0,00% + R$ 2,70
De R$ 135,06 até R$ 498,61 = 2,00% + R$ 0,00
De R$ 498,62 até R$ 1.514,68 = 1,50% + R$ 2,49
De R$ 1.514,69 até R$ 3.029,37 = 1,00% + R$ 10,06
A partir de R$ 3.029,38 = 0,50% + R$ 25,21

Abaixo está um link para o site da Bovespa com todas as corretoras que operam com Homebroker.

Corretoras com HB na Bovespa


Bom, é isso aí.
Façam uma boa escolha...

abraços e ate logo

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Papéis da CSN podem ter evidência em Setembro - Fique de olho

Venda da Namisa coloca a CSN ON em evidência

As negociações para a venda parcial ou total da Namisa pela Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) é o evento de curto prazo que pode puxar os papéis em setembro, esperam os participantes da Carteira Valor. Seis entre dez analistas indicam as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da siderúrgica como uma das principais recomendações para o mês.
A expectativa é de que, com a venda da mina de minério de ferro localizada em Minas Gerais, a CSN comece a mostrar para o mercado os valores ocultos dentro da empresa. Seria um caminho aberto para que outro projeto valioso, o da Casa de Pedra, começasse a ter um destino. No passado cogitou-se uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ou a transferência do controle, ou parte dele, para um "player" estratégico. Mais recentemente, a CSN mostrou interesse em investir fortemente nos ativos de mineração, especialmente na Casa de Pedra.
Por ora, na disputa pela Namisa estariam a Nippon Steel e uma unidade da JFE Holdings, em conjunto com uma "trading" japonesa, além da ArcelorMittal, conforme noticiou a Reuters na semana passada. Pelo mercado, especula-se que a CSN poderia angariar para o seu caixa cerca de US$ 2 bilhões, o que representaria um senhor lucro contábil, considerando-se o valor pago na operação, de US$ 440 milhões.

Além de CSN ON ter o potencial de ganhar com o evento Namisa, há fundamentos que justificam a compra também para o longo prazo, afirma o chefe de análise da Concórdia Corretora, Eduardo Kondo. Ele cita que a companhia tem investimentos ambiciosos programados para os próximos anos e, no terceiro trimestre, vai refletir os reajustes nos preços do aço obtidos até agora. "Não há queda de demanda visível pelo menos até 2011, a companhia vem trabalhando a plena capacidade e tem um portfólio diversificado, sendo menos dependente de determinados segmentos."
No setor siderúrgico, Gerdau ON é outra aposta de Kondo, pela estratégia agressiva em aquisições e pela exposição ao setor de construção civil, que tem se mostrado bastante dinâmico. A escolha da ação ON, em vez da PN, mais líquida, justifica-se pelo desconto de 17%, que faz com que o retorno em dividendos (o "dividend yield") seja potencialmente maior.
Vale PNA foi uma das inclusões da Itaú Corretora no mês. Depois de as ações terem sofrido com a queda do preço do níquel no mercado externo, a impressão, segundo o estrategista Fábio Anderaos de Araújo, é que a matéria-prima encontrou o seu piso, na casa dos US$ 20 mil a tonelada. "Abaixo disso há incentivos para se suspender a produção", diz, referindo-se ao anúncio da Xstrata, em meados de agosto, que parou de explorar a mina de Falcondo, na República Dominicana, por quatro meses. No lado do minério, os preços da Vale estão garantidos porque são reajustados em contrato anual.

IPO Visanet

Visanet entra com pedido de oferta de ações na CVM

A Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, mais conhecida como Visanet, entrou ontem com pedido de registro de companhia aberta e de oferta de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Será a segunda empresa do segmento de cartões de crédito com ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A primeira foi a Redecard.
De acordo com as informações disponíveis na CVM, a distribuição será secundária, ou seja, os sócios venderão a participação na empresa. A minuta do prospecto preliminar ainda não está disponível. O total de papéis a ser emitido bem como a faixa de preço estimada por ação também não foram apresentados.

A companhia, que faz o credenciamento de estabelecimentos comerciais para os cartões Visa e Visa Electron, tem como principais acionistas o Bradesco, com 40% das ações ordinárias (ON, com direito a voto), e o Banco do Brasil, com 32%.
Analistas da Itaú Corretora calcularam o valor de mercado da companhia em R$ 23 bilhões, semelhante ao da Redecard, que representa a bandeira Mastercard.
Em março, a Visa, empresa parceira da Visanet, abriu o capital nos Estados Unidos. A companhia realizou a maior oferta pública inicial da história daquele país, movimentando US$ 17,8 bilhões, com a venda de 406 milhões de ações.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

1929 e 2008 "Semelhanças sobre a crise financeira"

Olá,

Esta matéria é de abril/maio de 2008 falando sobre a crise de 28 e a que estamos passando atualmente. É interessante e no mínimo cultural para entendermos de um assunto que estudamos na escola.

Segue matéria:

Entre 1929 e 2008, semelhanças e diferenças

Analistas divergem se crise financeira nos EUA é comparável à quebra da bolsa que precedeu Grande Depressão

Com os desdobramentos da crise financeira americana cada vez mais evidentes nos dados de produção e emprego dos Estados Unidos, virou lugar-comum entre analistas comparar a turbulência atual com a forte queda da bolsa de valores em 1929, que precedeu a Grande Depressão dos anos 1930. Até mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI), em documento reservado obtido por agências de notícias na semana passada, fez essa comparação, argumentando que esta é a maior crise econômica dos EUA desde 1929.

Mas este paralelo está longe de ser unanimidade. Enquanto alguns economistas enxergam semelhanças entre as turbulências atuais e as de 1929, outros vêem crises de origem e natureza completamente distintas. Sequer é consenso que a crise atual seja, como alega o FMI, a maior já enfrentada pelos EUA desde os anos 30 ¿ no pós II-Guerra Mundial e nos anos 70 a economia americana enfrentou severas recessões.

Os analistas concordam, porém, que a crise atual está muito longe de adquirir a magnitude da Grande Depressão. Depois de quedas recordes na Bolsa de Nova York em 1929, cerca de dez mil bancos quebraram na década de 30. A depressão econômica levou um quarto dos americanos ao desemprego e teve efeitos no mundo inteiro.

A linha mestra é parecida

Para Aloisio Araújo, da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), há semelhanças entre 1929 e hoje. E esta é, sim, a maior crise desde a década de 1930. Mas Araujo não vê riscos de que os EUA sofram um efeito tão devastador em sua economia quanto o da Grande Depressão.

É possível traçar semelhanças entre a crise atual e a de 1929?

ALOISIO ARAÚJO: À primeira vista, são crises muito diferentes. Em 1929, houve corrida bancária clássica, com quebradeira de bancos. Hoje, o ambiente financeiro é muito mais complexo. E os bancos acabaram assumindo certa responsabilidade pelos instrumentos financeiros que criaram (reconhecendo nos balanços os prejuízos com hipotecas de alto risco). A regulação evoluiu, não teve ninguém correndo para pegar dinheiro na boca do caixa.

Mas o Bear Stearns quase quebrou e sofreu uma corrida de credores.

ARAÚJO: O Bear Stearns é um banco de investimentos. Talvez tenha havido uma corrida de grandes credores. Mas não se vê fila de pequenos clientes na porta dos bancos como em 1929. Hoje, nos EUA, todos têm seguro de depósito, algo que foi criado justamente após a crise de 1929. É um mecanismo semelhante com o que temos aqui no Brasil no Fundo Garantidor de Crédito no Brasil (FGC, que cobre até R$60 mil em depósitos à vista e poupança dos correntistas caso o banco quebre).

Os efeitos na economia da crise atual são parecidos com o que houve em 1929?

ARAÚJO: A linha mestra de contração de crédito, que leva a uma contração econômica, é parecida. Mas, se é verdade que esta é a maior crise desde 1929, sua magnitude não se compara com à da Grande Depressão. Seu efeito certamente não será tão devastador.

Em 1929, antes da crise nas bolsas, já havia sinais de desaquecimento econômico. Agora, a crise parece ter se iniciado no sistema financeiro. Isso é uma diferença?

ARAÚJO: Não dá para dizer se em 1929 foi uma crise de economia real ou financeira. As coisas ocorreram de forma concomitante. E, claramente, a corrida bancária agravou a situação econômica. Da mesma forma, alguns elementos da recessão americana de hoje não estão necessariamente associados à crise bancária. Os EUA vinham crescendo há muitos anos, era natural, pelos ciclos econômicos, algum freio. Havia ainda um processo de ganhos de produtividade, com os saltos tecnológicos, que pode ter chegado ao fim. E há desequilíbrios nos EUA, como o das contas externas.

Por que o senhor acredita, então, que a crise atual será mais suave?

ARAÚJO: As respostas à crise hoje são mais rápidas e na direção correta. As diferenças são maiores do que as semelhanças. Aprendeu-se muito com 1929, quando a primeira resposta foi no sentido errado, de restringir o mercado de crédito, porque não se compreendia seus efeitos multiplicadores na economia. Na crise atual, os bancos centrais agiram de maneira enérgica e rapidamente. Uma crítica que pode ser feita é que as autoridades não anteciparam os riscos dos novos instrumentos financeiros. Atuaram a posteriori, como uma lanterna na popa.

'Não há paralelo possível'
Corpo a Corpo - Reinaldo Gonçalves

Da Redação

Para Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ, a crise atual é de natureza completamente diversa da Grande Depressão. Ele avalia que esta sequer é a maior crise desde 1929, já que os EUA enfrentaram uma profunda recessão no pós-II Guerra Mundial e uma grave crise com o choques de petróleo da décadas de 1970.

O GLOBO: É possível traçar semelhanças entre a crise atual e a de 1929?

Reinaldo Gonçalves: São situações completamente diferentes, não há paralelo possível, nem de natureza nem de amplitude das crises. O que em 1929 foi conseqüência, hoje é causa. Naquela época, antes da queda nas bolsas, em meados dos anos 1920, já se anunciava uma crise na economia real. Havia um excesso de capacidade de produção, que nos anos de 1928 e 1929 provocou uma retração dos investimentos privados, levando o país à recessão. A queda nas bolsas veio depois e se caracterizou por uma crise bursátil, de mercado de capitais. E não uma crise financeira como se vê hoje.

Qual é a natureza da crise atual, então?

Gonçalves: Hoje há uma crise no sistema financeiro, que teve origem no setor imobiliário. Essa crise está levando a problemas no lado real da economia, porque os consumidores estão contraindo seus gastos. Mas, tão logo haja uma regularização do lado financeiro, o lado real da economia melhora. As crises mais profundas do capitalismo não têm origem no lado financeiro, e sim na economia real. O que importa é produção, renda e emprego.

As respostas à crise atual, então, são diferentes às políticas adotadas em 1929?

Gonçalves: Certamente. Em 1929, o governo a princípio se manteve apático, não houve políticas pró-ativas. E o New Deal (política do presidente Franklin Delano Roosevelt de fazer obras públicas para gerar empregos) apenas suavizou a crise. Ao contrário do que os keynesianos (defensores das idéias do economista britânico John Maynard Keynes que, em 1936, com base na experiências das políticas de Roosevelt, defendeu os gastos públicos como incentivo à economia) gostam de dizer, não foi o New Deal que tirou os EUA da crise. E sim os esforços pela entrada dos EUA na II Guerra Mundial. A economia americana ficou dez anos no buraco.

E hoje, qual será a saída para a crise?

GONÇALVES: A crise atual tem origem na desregulamentação excessiva do sistema financeiro. Em 1929, não havia isso. Pelo contrário, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) havia sido criado em 1913. As medidas adotadas hoje, como a redução de juros, a injeção de crédito e o corte de impostos, são importantes, mas a crise atual só será solucionada com a re-regulamentação do mercado financeiro, política que foi anunciada apenas este mês (no pacote do secretário do Tesouro, Henry Paulson). Se a Guerra do Iraque tivesse começado agora, em vez de em 2003, com seus US$ 500 bilhões em gastos militares, haveria um estímulo econômico adicional.

O senhor acredita que a crise atual é a maior que os EUA já enfrentaram desde 1929? GONÇALVES: De forma alguma. Os EUA enfrentaram grave recessão no pós-II Guerra Mundial. Depois houve a crise dos anos 1970, com o primeiro choque do petróleo. Foram crises muito mais intensas.

As Imagens das Crises
Famílias desempregadas

Da Redação

Crise de 1929: A crise não distinguiu a elite dos mais pobres. O desemprego atingiu quase um quarto dos americanos, levando famílias inteiras, incluindo crianças (foto menor) a buscar trabalho. Mais de mil bancos fecharam em 1930 e houve forte desvalorização de preços de bens de consumo. Cenas como a venda de carros a US$ 100 (foto maior) eram comuns

Operadores, a nova cara da turbulência

Crise das Hipotecas: Com origem no setor imobiliário, um dos primeiros efeitos da crise foram os arrestos de imóveis de mutuários inadimplentes (ao lado em baixo). Logo a turbulência afetou o setor de crédito, e bancos registraram perdas bilionárias, levando operadores da Bolsa ao desespero, a nova cara da crise

Fonte: JORNAL O GLOBO

Dados externos e quebra de Bancos

Pessoal, fiquem de olho

O subprime continua o vilão e mais bancos quebraram nos EUA.

Os prejuízos do mercado subprime (hipotecas de alto risco) voltaram a assombrar o mercado financeiro na semana passada, com a quebra de dois bancos americanos - já foram 10 este ano - e reavivaram o mau humor dos investidores. Por isso, a expectativa é que o mercado interno passe a semana guiado pelas notícias vindas do ambiente internacional e pelas cotações das commodities.
Entre os destaques está a divulgação do Livre Bege pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Trata-se de um sumário com as condições recentes da economia dos Estados Unidos, que servirá de base para a decisão de política monetária na reunião do dia 16. Além do documento, a divulgação de outros indicadores de atividade econômica definirão o humor dos investidores na semana.

Décimo banco quebra nos EUA

As autoridades americanas fecharam o Integrity Bank, um banco regional da Geórgia, o 10º estabelecimento bancário dos Estados Unidos a falir desde o início do ano, informou nesta sexta-feira a Agência Federal de Garantias e Depósitos Bancários (FDIC, sigla em inglês).

Integrity Bank representa US$ 1,1 bilhão em ativos e US$ 974 milhões em depósitos, destaca o comunicado da FDIC.

O organismo informou que garantiu os depósitos no banco, que serão honrados pelo Regions Bank, uma instituição do Alabama.

Todos os correntistas do Integrity Bank se transformarão, automaticamente, em clientes do Regions Bank.

As cinco sucursais do Banco falido reabrirão suas portas no início da próxima semana, sob o nome de Regions Bank.

O número de bancos falidos, incluindo o californiano Indymac, em julho, multiplicou nos últimos 18 meses, refletindo a gravidade da crise financeira nos Estados Unidos.

A FDIC disse que espera outras quebras de bancos regionais.

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina

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